Templos, cores, cheiros, muuuuita gente, charme, mistério, magia, volta ao passado, ahh .. Incrível Índia ...

domingo, 24 de julho de 2011

UPANISHADS

       
            As Upanishads são textos indianos antigos, muitos dos quais foram escritos antes da era cristã e que estão associados aos quatro Vedas (Rig Veda, Sama Veda, Yajur Veda, Atharva Veda). 
            Brilha nos Upanishads a luz real da alma, que dissolve as brumas de maya e ilumina a viagem do Atman pela consciência de Brahman.

            O seu conhecimento glorioso está exposto nas folhas do livro, mas a sua inspiração é invisível e silenciosa, além da pobreza de percepção dos sentidos comuns.

            Os seus ensinamentos são “Brahmavidya” (conhecimento divino) e “Atmanjnana” (conhecimento do espírito).

            A chave espiritual que abre a porta real do entendimento dos Upanishads está na inspiração que mora no lótus do coração e na intuição que mora no Brahmarandra (portal de Brahma).

            A função dos Upanishads é inspirar o Atman a perceber em si e em todos os seres o Brahman manifestado; é formar uma ponte espiritual silenciosa entre os rishis e a humanidade.

            Os Upanishads são raios de Brahman cortando a noite escura da ignorância!

            Que o Atman saiba valorizar a quietude interior!

            Que as chamas de jnana (conhecimento) queimem as imaturidades do coração!

            Que o amor de Brahman seja o amor do Atman na vida cotidiana.

            Que a viagem do Atman seja serena.

Wagner Borges

sexta-feira, 15 de julho de 2011

VYASA & JAIMINI



O Guru e o Discípulo 
 
        A relação entre o Guru-mentor e o discípulo é divina, visando somente o auto-desabrochar. Eles servem um ao outro com suas capacidades e o objetivo é sempre espiritual. Durante os quatro meses de treinamento, o discípulo, através do serviço e da humildade, aprende o estilo espiritual da vida, sob a supervisão direta do mestre. O mestre trabalha para transformar a vida do estudante, removendo o ego e a ignorância. 
          
          Há uma linda história relacionada com a vida do sábio Vyasa e de seu discípulo Jaimini.
       Jaimini era um grande estudioso e um discípulo sincero de Vyasa, mas tinha orgulho de seu conhecimento intelectual. Um dia, Vyasa ditava uma escritura e Jaimini fazia anotações. Vyasa compôs um verso para sublinhar uma questão: “valavad indriya gramam panditan apakarshanti”-"os sentidos são tão poderosos que o homem de conhecimento às vezes comete erros”.  
 
          Após escutar isso, Jaimini pensou: "Não é possível. Se alguém é um homem de conhecimento, como poderia ser dominado pela tentação dos sentidos? Pelo contrário, ele os vencerá”. Pensando assim, ele modificou o verso para: "Mesmo se os sentidos são poderosos, o homem de conhecimento está livre de erros".  
 

 

               Onisciente, Vyasa não revelou nada. Ele queria ensinar ao discípulo a verdade da vida de forma diferente. Naquela tarde, Vyasa disse a Jaimini que tinha de ir fazer um trabalho urgente em um lugar distante e que ficaria ausente por vários dias. Confiou a Jaimini os cuidados com o fogo sacrifical. Então Vyasa partiu. Naquela noite, após a oração, Jaimini retirou-se para o quarto do fogo sacrifical para meditar. Fora, havia uma tempestade e chuva e um vento muito forte. Jaimini escutou alguém batendo na porta. Ele abriu a porta e viu uma jovem e bonita senhora. Perguntou o que podia fazer por ela. 

 
         Ela disse: "Estou a caminho de minha aldeia, mas não posso ir por causa da chuva e da tempestade. Você poderia me dar abrigo durante essa noite?”  Jaimini, pela hospitalidade, permitiu que ela entrasse e passasse a noite na cabana. A jovem senhora disse que não era bom que um  brahmachari (celibatário) ficasse no mesmo quarto que ela durante a noite. Assim Jaimini saiu e tentou dormir fora. 
 
        Agora começou o jogo da ilusão. Jaimini estava sentado em silêncio, mas sua mente ia para essa jovem senhora e sua beleza. Ele pensou com seus botões: “Seria bom passar a noite solitária conversando com ela. Assim ele bateu na porta e disse-lhe que estava frio fora e que seria bom ficar dentro.
 
        Ela protestou, mas Jaimini forçou a entrada. Ele tentou falar olhando-a constantemente, o que a desgostou. Lentamente seus sentidos cresciam  e poderosamente ofuscavam sua consciência. Ele se aproximou dela e a tocou, lhe disse que ficassem juntos por uns momentos, para divertir-se e terem prazer.
 
        Ela respondeu: "Você é um brahmachari, você não deveria pensar assim. Isso não está certo”. Cego de paixão ele tocou seus pés e pediu sua aprovação. Finalmente ela concordou, sob a condição de que ele se ajoelhasse como um cavalo. Então, ela se sentaria em suas costas e ele daria sete voltas junto ao fogo sacrifical. Então poderia tê-la. Jaimini concordou. 
 
      Enquanto Jaimini tentava andar como um animal com uma senhora sentada em suas costas, ela começou a murmurar o verso que Vyasa havia ditado de manhã e que Jaimini tinha modificado: “Mesmo se os sentidos são poderosos, um homem de conhecimento não comete erro”. Ao escutar isso Jaimini se deu conta de sua própria fraqueza. Ele se levantou para deixá-la, porém seus dois fortes braços o agarraram e seguraram. Não eram os tentadores braços da jovem, mas os braços de seu amado guru Vyasa.
 
         Assim, Vyasa ensinou a seu discípulo a verdade e como estar sempre cuidadoso e atento em cada passo da vida. O guru transforma a vida do discípulo para torná-lo mais espiritual e precioso.


        Que as bênçãos de Deus, de Vyasa e de todos os mestres divinos caiam sobre a vida de cada buscador espiritual e lhe dê o poder de alcançar o objetivo da vida. Com abundância de paz, êxtase e alegria, por ocasião do “Guru Purnima”, o Dia do Mestre. Que possamos oferecer a flor da devoção e do amor aos pés Divinos do Mestre e buscar sua orientação divina em cada passo de nossa vida. 

Kriya Yoga-São Paulo
 
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